domingo, 17 de outubro de 2010

Sábado à tarde


Ainda a Onda Poética da quinta-feira passada, de que vos falei. No início da sessão, foi sugerido que cada um falasse da sua memória, recente ou antiga, do cinema. Contei-lhes que a minha memória do cinema é muito antiga, esvai-se já no tempo. pois comecei a ver cinema, na minha aldeia, por volta dos meus oito anos. Como nesse tempo só se podia ir ao cinema, salvo erro com doze anos, a minha mãe levava-me "debaixo da saia" (claro que é sentido figurado) e como eu já nasci grande, chegados à porta, o porteiro, embora desconfiado, lá me deixava entrar. Interessante também é a história quer tem como figurante o tio Silva, marido da tia-avó Maria. Naquele tempo, quantos anos já lá vão, os filmes eram anunciados através de um altifalante (ou altofalente, como queiram) com a ajuda de um 78 rotações.Lembrêmo-nos que estavamos na infância do sonoro. E o disco ia até ao fim. Dizia então o tio Silva, no seu total desconhecimento da coisa, «não sei como o homem aguenta cantar tantas horas seguidas, sem se cansar». E lembro-me que o primeiro filme que vi era um musical espanhol, Violetas Imperiais, com o tenor Luis Mariano.
Carantonhas, tenham um bom domingo, com cinema e se possível sem piupocas.

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