Está quase a acabar-se o dia. Penso que será bem acabado com um poema de um nome grande da poesia portuguesa, que tem andado um pouco arredado das tertúlias poéticas. Para desgosto dos que apreciam a sua poesia. Aqui fica um poema de Natália Correia. O meu obrigado à Mystic por me a ter lembrado.
Há noites que são feitas dos meus braços
E um silêncio comum às violetas.
E há sete luas que são sete traços
De sete noites que nunca foram feitas.
Há noites que levamos à cintura
Como um cinto de grandes borboletas.
E um risco a sangue na nossa carne escura
Duma espada à bainha de um cometa.
Há noites que nos deixam para trás
Enrolados no nosso desencanto
E cisnes brancos que só são iguais
À mais longínqua onda do seu canto.
Há noites que nos levam para onde
O fantasma de nós fica mais perto;
E é sempre a nossa voz que nos responde
E só o nosso nome estava certo.
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