Carantonha- s.f.-contorsão do rosto, esgar, máscara, cara feia, carranca, caraça. * Em criança, na região de onde sou natural, e onde então vivia, quando se brincava ao carnaval, o artefacto que nos ocultava o rosto, era a carantonha porque por norma era coisa feia. O tempo passa, a evolução acontece, e hoje, pelo menos quando jogamos ao carnaval, usamos uma máscara. Ou será que não a usamos todos os dias?
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
USOS
Esta manhã, enquanto à mesa tomava o pequeno almoço, dei comigo a pensar na evolução das coisas, nas modas e até nas influências culturais que cada povo absorve. Por cá, sabe-se como fomos influenciados pela cultura francesa e um pouco pela inglêsa. Como essas culturas entraram primeiro pelos grandes centros urbanos e paulatina e progressivamente se foram instalando nas vilas e aldeias. E então pensei: "olha, estou a tomar o pequeno almoço (petit dejeuner) !". Pois, cá está! Em jovem, na minha aldeia, antes de ir para a escola e depois para o colégio, eu almoçava. Depois seguia-se o jantar. Por vezes, a meio da tarde, quando a brincadeira ou os deveres, não o faziam esquecer, vinha a merenda. Agora lancho (do inglês lunch). À noite, antes da deita, ceava-se. Agora pequeno-almoço, almoço, janto, e por vezes ceio. Nada mal, não senhor. Influências! Enquanto isto, baixo o olhar e vejo que tenho vestidas umas calças porqueiras. Admirados? Não estejam. Antes da moda copiar e massificar tais calças, estas eram normalmente, e só, usadas pelos guardadores de porcos alentejanos. Daí o "porqueiras". A moda pegou e passámos a usar calças de bombazina (nem pensar, nos meios burgueses urbanos, usar porqueiras). Depois o gosto refinou e agora as porqueiras, passaram a chamar-se calças de veludo. É no que dá os usos e as modas. Acabei o pequeno almoço e deixei de pensar nestas coisas, porque já sei que amanhã para o jantar de fim de ano vou vestir umas calças de ganga.
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