Coisas da arca do velho! Se é certo que somos o produto das nossas memórias, é também certo que costumamos guardá-las, normalmente bem arrumadas, numa arca que a par com elas vai também envelhecendo. Hoje fui à arca-memória buscar uma história ainda relativamente fresca. Há alguns anos, no departamento da empresa onde trabalhava (hoje sou um jubilado activo), trabalhava também um colega, bom rapaz, amigo do seu amigo, mas sofrendo de um razoável défice cultural e de uma certa dificuldade vocabular para exprimir os seus conhecimentos. Em determinada altura, uma das funções que me calhou-me em sorte, foi supervisionar o seu trabalho. Um dia, porque entendi que determinada tarefa não tinha sido bem executada, pedi-lhe que a corrigisse. Não querendo dar-se por vencido (nem convencido) logo ali começou uma "discussão" que corria o risco de se tornar interminável.Para por fim ao imbróglio disse-lhe: -"Ó M, cala-te.Reduz-te à tua insignificância!" Resposta pronta do M, que achava que devia ter a última palavra: "Cala-te tu, porque a minha insignificância é maior que a tua." E eu calei-me.
O M sabe que de vez em quando conto esta história. Aliás, já a contei na presença dele.
A arca vai continuar aberta, e decerto será a ponte para outras histórias interessantes. Amen
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