quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

È Natal II

Mais um texto sobre o Natal. É um texto com incorreções linguísticas, próprias da idade que quem o escreveu tinha na altura - 11 anos-, mas já com um estilo bem vincado que nos leva a um final inesperado. O texto não tem qualquer correcção. Estás virgem. Foi escrito pelo meu neto mais velho, Ricardo de seu nome, agora a caminho dos 15 anos.

NATAL
Num dos primeiros dias de Inverno, estava eu a passear pela rua do meu bairro,para fazer as compras de Natal. O céu estava com uma cor triste; havia mares de pessoas com o mesmo objectivo que eu. Passava pelas montras mas não via nada, só belas coisas inúteis a cintilarem e a parecer dizer: -"Comprai-me, comprai-me". Mas eu não caía nessa.
Continuei com o meu destino, até que vi um homem, quase nu, com um aspecto tão pobre, que não tinha pão nem o seu ninho. Ao lado dele estava um café; fui lá, comprei um chocolate quente, ofereci-lho e cobri-o com o meu casaco; ele agradeceu-me, e com uma voz rouca sussurrou-me: «que Deus te abençoe ho, ho, ho». Fiquei com as palavras na cabeça; essas palavras pareciam-me familiares. Continuei a andar lentamente, quando percebi que aquelas palavras vinham da língua polo-nortês, mais conhecida como polo nortiano, e que a pessoa que as dizia era o... De repente ouvi um barulho estranho, olhei para trás e vi o mesmo homem, que por acaso estava mais gordo, em cima de um trenó a dizer: Made in POLO NORTE, com um super motor do caraças, com renas a conduzi-lo; era quem eu pensava: o Pai Natal!
- "Ho, ho, ho, Feliz Natal"- disse ele.
E eu todo contente agradeci-lhe.
E lá ia ele no seu trenó com um motor potente, até que este ficou sem gasolina, mas eu reparei que o motor estava cheio. Então pensei logo que o trenó vinha do chinês e ere verdade; começou a chover (infelizmente) e na tira que dizia made in POLO NORTE, apareceu made in CHINA. Então fiquei a pensar que o Pai Natal é um falso e nunca mais lhe escrevi.

4 comentários:

Anónimo disse...

É tão bom conhecer os dois.
Cruzar-me com eles, assim, por aqui, sentado em minha casa.
Abençoada tecnologia.
Continuem. Os dois.
Eu, por enquanto, assisto, sentado, com muito prazer e orgulho.

Pedro.

Anónimo disse...

Obrigado "artolas" por me destacares no teu maravilhoso blog. Vou começar a lê-lo mais frequentemente, coisa que já tinha em mente há alguns dias atrás.
Um abraço do teu "artolas" mais velho.

Carantonha disse...

Pois é "artolas", se aproveitares os vários talentos dos teus pais e um pouco da "veia artistica" dos teus avós, podes ir longe. Está nas tuas mãos. Mas se precisares de ajuda, cá estaremos.
Bjs

Anónimo disse...

Este confronto de gerações é deveras aliciante.
Volto a dizer.
Abençoada tecnologia.
Não se percebe sequer, quem é afinal o maior "artolas".
Que logo á partida é uma palavra engraçada.
Alem de fazer parte do meu imaginário.

Aqui continuo.

Pedro.