A primavera está quase no fim. O reflorestamento da fauna e da flora, estarão quase terminados, se não o estiverem já, não tenham sofrido porventura das oscilações do tempo. Dentro de um mês já ai teremos o verão, parece mesmo que ele já cá está tão altas e desproporcionadas teem sido as temperaturas destes dias. Mas não foram as temperaturas que me lembraram a primavera. É que hoje, aqui na cidade, coisa que já vai sendo rara, vi uma andorinha esvoaçando em redor do jardim da praça. E que saudades me assaltaram. È que, já há muitos anos, quando vim morar para o prédio onde ainda hoje moro, durante anos havia ninhos de andorinha debaixo das varandas, que todos os anos eram ocupados, para que nascessem novos seres. Um dia, alguém que deveria andar zangado com a vida, resolveu limpar os ninhos. E que saudades!
Por isso aqui fica um poema do meu amigo Nelson Ferraz:
CHEGARAM AS ANDORINHAS
Trazem olhos de mar quando saem do poente.
E num traço, embrulhado de azul, inventam bailados
como se fossem um aceno de luz.
Hoje o vento veio dizer-me a cor exacta da ausência
enquanto eu esperava no branco da ânsia.
Até que, no ambar da tarde, numa sílaba de bruma, algo
se move. Em sopros de negro.
Primeiro, de repente, como um grito de espaço. Depois,
mensamente, como gotas de azeviche no risco do ar.
Cheira a verde na distância.
Vem meu amor, vem ver!...
Chegaram as andorinhas!...
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