Hoje, porque a nossa passagem pelo tempo é inexorável, à distância de dois anos da tua partida, vivemos de recordar memórias. E lembro-me de como tu gostavas de flores. E como eu só tas trazia em ocasiões especiais, “puxavas-me as orelhas”,por não tas oferecer mais vezes. Eu sei que não era tanto a flor que contava, mas o gesto. Então, hoje, para te ter mais presente, comprei uma rosa, que por aqui ficará até que também ela se vá. Espero que gostes.
Deixo-te com um bonito poema de Eugénio de Andrade e um beijo terno de saudade.
Deixo-te com um bonito poema de Eugénio de Andrade e um beijo terno de saudade.
Poema VIII
Foi para ti que criei as rosas.
Foi para ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
E dei às romãs a cor do lume.
Foi para ti que pus no céu a lua
E o verde mais verde dos pinhais.
Foi para ti que deitei no chão
Um corpo aberto como os animais
Foi para ti que criei as rosas.
Foi para ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
E dei às romãs a cor do lume.
Foi para ti que pus no céu a lua
E o verde mais verde dos pinhais.
Foi para ti que deitei no chão
Um corpo aberto como os animais
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