quinta-feira, 30 de abril de 2009

Jornalismo...


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Imagem"roubada", com a devida vénia, a prodygio.livejournal.com

Desde segunda-feira que estou preparado para receber na caixa de correio, como ultimamente tem vindo a acontecer, vindo das mais insuspeitas proveniências, o habitual artigo de opinião, no JN, do novo guru do jornalismo português, o sr. Mário Crespo. Devo dizer que uma ou outra vez já concordei com o que escreveu. Mas comecei a ter sérias reservas quando começou a escrever contra o Governo e mais concretamente contra o PM. Repare-se que digo contra e não sobre. Definitivamente não aprecio o seu estilo televisivo. A fala não é fluente, é arrogante e por vezes insolente. Deturpa e insinua o que, e como, lhe dá na real gana. Mas tem muitos adeptos. Digamos que é o supra-sumo do mau jornalismo que actualmente se faz em Portugal. Esta é a minha opinião. Tenho direito a ela. O mesmo direito que tem o sr. Crespo e os seus colegas, em opinar sobre tudo e sobre todos. O jornalismo que hoje se pratica, usa e abusa despudoradamente da desinformação, traduzida na falta de rigor, ou então, na manipulação com fins inconfessáveis Esta maneira de estar no jornalismo, leva a que me interrogue se os jornalistas, especialmente os que fazem investigação e os que opinam, não deveriam ser submetidos ao “inevitável escrutínio” (expressão usada pelo “inevitável” Vasco Pulido Valente, no Público) a que submetem os atingidos pelos seus artigos? O quarto poder, já que de um autêntico poder se trata, não pode fugir à devassa a que se julga no direito de submeter os outros. E por aqui me fico, pois acho que já gastei cera demais com tão ruins defuntos. Mas não pude resistir à tentação.

1 comentário:

Anónimo disse...

É verdade que:
O Sr. Mário Crespo tem todo o direito a ter opinião própria.
Tem todo o direito a usar os meios de que dispõe para a transmitir.
E quando está a escrever um artigo de opinião não tem que manter a “distância” que se exige a um jornalista. Embora até essa “distância”, seja subjectiva, porque todos nós temos e manifestamos, às vezes até inconscientemente, preferências.
O problema não estando então no autor, está em nós, leitores e na importância que lhes damos. Aos chamados “opinion makers”. Há-os para todos os gostos e todos com os seus pequenos facciosismos. Da direita à esquerda, políticos, gestores ou jornalistas.
É mais fácil deixar que pensem por nós e aproveitarmos uma série de palavras escritas por outros para as conversas do dia-a-dia, do que pensarmos por nós próprios. É o que estes senhores todos fazem. O povo gosta e agradece. Mas tem a importância que lhe queremos dar.
Neste momento, os média, já não são o 4º poder. São mesmo o primeiro. Têm nas mãos a maneira mais fácil e eficaz de transmitir ideias ao povo. Por alguma razão, nos primeiros objectivos da revolução do 25 de Abril foram a rádio e a televisão. Já nessa altura…
Têm um poder ENORME e pior do que isso, é que começaram a ter noção disso e a PRATICAR. O que me irrita também neste novo jornalismo, em que “TUDO É PÚBLICO” é precisamente pelo facto de que tudo é público, menos eles. São os puros, os verdadeiros, os justiceiros. Começam realmente a ser perigosos. É uma espécie de PIDE democrática. Em que ELES decidem…
Cabe-nos a nós decidir, ouvir, ler, ou NÃO. Mas não é fácil.
Às vezes, com o que outros escrevem e dizem, aprendemos a SER. Com outros, podemos aprender a NÃO SER.
Tenho aprendido tanto a NÃO SER com o Mário Crespo... Mas também é verdade, que já tenho aprendido a SER.
Pelo menos é inteligente, culto, esclarecido e fala com clareza. O que é cada vez mais raro na nossa televisão.

Continuarei a ver mais do que a ler, o Sr. Mário Crespo.

Pedro.