quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Anedota


Gostava de voltar ao convívio dos estimados carantonhas que me seguem, com notícias sobre o que me levou a estar ausente durante tanto tempo. Mas não posso. Fica para depois, porque não posso deixar passar em branco aquilo que hoje(ontem) me fez rir quase até às lágrimas: a mais longa anedota que ouvi até hoje. A comunicação ao País do Presidente da República. E eu que pensava que o senhor não tinha sentido de humor!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Asfixia democrática

Imagem "roubada a chriisaliis.blogspot.com


A Dona Freira dos Leites, passada a aborrecida constipação que recentemente a atacou, segundo os noticiários televisivos deslocou-se à Madeira a fim de participar numa qualquer iniciativa organizada pelo sátiro presidente do governo regional. E então, a senhora questionada e pressionada pelos jornalistas, ainda sobre a liberdade de imprensa, disse esta coisa extraordinária, referindo-se ao sítio onde estava e ao seu correlegionário: "Ao contrário do que acontece no Continente, aqui não há asfixia democrática". Segundos depois, seguindo a mesma linha, o sátiro respondendo a uma pergunta, disse mais ou menos isto: "Liberdade democrática (o que quer que isso signifique, digo eu) é eu dizer o que penso e não o que os jornalistas querem". Se estes assuntos, -em política ou não-, não fossem demasiado sérios, era de rir a bandeiras despregadas. O que estes dois mereciam era levar com as "bolas" do Padre Inácio, nas trombas.
Diga-se que aqui os jornalistas são menos actores do que vítimas da pesporrência daqueles dois.

Jornalistas, trombas, trouxeram-me à memória a história que contava o Mário-Henrique Leiria.
Cá vai:

EXAGEROS

"O Alfredo atirou o jornal ao chão, irritadíssimo, e virou-se para mim:
- Estes jornalistas! Passam a vida a inventar coisas, é o que te digo. Então não afirmam que, no Sardoal, foi encontrado um frango com três pernas!Vê lá tu! È preciso ter descaramento.
Ajeitou-se melhor no sofá e, realmente indignado, coçou a tromba com a pata do meio."

O futebol que temos

Falemos hoje de futebol e da ineficácia dos nossos jogadores, tanto nos clubes como na selecção Depois de ter visto na nossa selecção serem feitos 36 remates para marcar um golo, e o seu opositor necessitar só de meia dúzia para fazer o mesmo; depois de à 3ª jornada do nosso campeonato, os golos (o factor de que vive o jogo, e o entusiasmo dos adeptos, no fundo, a sua essência) serem escassos, entendi que devia pôr-me em campo. Para quê? Ora, para arranjar goleadores e oferecê-los aos clubes e concomitantemente (de que palavra bonita e sonora me lembrei!) à selecção. E progressão aqui, finta acolá, não é que encontrei!
Vejam só aí em baixo.


Estes dois excelentes galifões são bons rematadores. Eu vi. Caros carantonhas, se souberem de algum dirigente que esteja interessado, mandem-no até mim, pois talvez possamos fazer negócio. E, quando estes belíssimos jogadores entrarem em campo, deixará de dizer-se que os guarda-redes “deram um frango”. Passará dizer-se que “tiveram galo”. E que se cuidem dragões, leões (ou gatinhos), águias (ou milhafres; agora parecem mais papagaios), castores, e até, embora andem mais por baixo, galos e panteras. Disse.

domingo, 6 de setembro de 2009

Liberdade de imprensa

Ele há cada coisa! Então não é que aquela senhora(?) burra, mal educada, inculta, "grossa", convencida, que apresentava um jornal na tv, pôs o país em alvoroço!Toda a gente opinou, e ainda opina, sobretudo os políticos, felizes por terem um motivo, em campanha eleitoral, para atacar o Governo, o nosso 1º, e o partido que os apoia. "Ataque à democracia", "asfixia da liberdade de comunicação", etc., etc. Até a outra senhora das entrevistas achou que "os espanhóis foram mais papistas que o Papa". Valha-nos Santo Inácio e "as suas nozes". O que mais me espanta é que tais opinadores, mas muito especialmente a Dona Freira dos Leites, não se tenham agora manifestado contra a chanceler alemã, por esta não ter permitido a presença dos jornalistas na sua breve entrevista com aquela. Aqui já houve uma ampla liberdade de imprensa. Valha-nos São Pancrácio e toda a sua família de santos.

HUMOR

Como todos sabemos,os brasileiros são mestres no humor. Tudo lhes serve para rirem e fazer rir. Vejam só. Para eles, o dia 6 setembro (6/9) é o dia mais pornográfico do ano. Se eles o dizem!! E então, calculem o que teriam sido os anos de 1969 e 1996!

O sono do Nico


O Nico (o meu gato), agora dorme, o safado. Pensa que está muito confortável, mãos esticadas e cabeça em cima do "portátel". Deve estar a pensar que eu também estou confortável a escrever. "Deixá-lo dormir, deixá-lo". Isto lembra-me "O Sono do João" de António Nobre, que começa por esta quadra:

O João dorme... (Ó Maria
Dize àquela cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá o João acordar...)

Um dia destes deixo-vos aqui o poema todo. Agora vou eu dormir. Até amanhã.

sábado, 5 de setembro de 2009

A minha, e a mola da vizinha

MOLA DE ROUPA 1 (velha, de madeira, já enferrujada)- Olá vizinha, é nova nesse estendal. É a sua primeira vez?

MOLA DE ROUPA 2 (nova, de plástico, colorida)- Pois é, vizinha, é a primeira vez. E para começar tenho a responsabilidade de segurar este pesado casacão de malha. É preciso ter azar!

MOLA DE ROUPA 1- Não se queixe.Olhe pra mim, velha, já só seguro de vez em quando umas peugas e umas cuecas. Não se lastime, é a vida, vizinha!






Pois, é a vida. Molas de madeira (pinho, geralmente), molas de plástico, brancas, transparentes, azuis, verdes, amarelas, vermelhas e de cores outras. Suportam os mais variados pesos, as mais variadas roupas, por vezes a má disposição de quem se serve delas. Caem ao chão, alguém as levanta. Vivem sempre penduradas. E como qualquer semelhança com a realidade não é pura ficção, até as molas se lamentam e também sonham. VE#$"#W"Q (isto foi o meu gato Nico que escreveu). Vejam como, neste poema de Jorge Gomes Miranda.



MOLA DE ROUPA

Conservei-me afastada do estendal
durante algum tempo.
Sofro de vertigens, por isso
intimidava-me olhar para baixo,
o pátio vazio, restos de flores secas.
Um prédio com dez andares
e ele tinha logo que viver no último,
tendo como horizonte o mar
de terraços e antenas parabólicas.


Quando, chegado com a roupa
da máquina de lavar,
pega em mim,
de suas mãos eu deslizo para o chão.
Apressado, em vez de me apanhar
imediatamente, escolhe outra;
no final, atira-me para o cesto
de verga.

fNão é que seja particularmente ardilosa,
mas verdade seja dita, preferia ser
mola de rés-do-chão,
dessas que faça sol ou chuva
sempre prendem a roupa numa corda
estendida no pátio.
O destino quis-me feita de plástico,
com um coração inclinado à melancolia.
Tenho, no entanto, como divisa
antes quebrar que torcer.


Sonho com o dia em que nas mãos da criança
serei um comboio.