segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Idiotas

Democracia é o nome que damos ao povo de cada vez que necessitamos dele.
Robert de Flers

Quantas vezes, ao depararmos com uma qualquer palavra, por mais simples que ela seja, não nos interrogámos sob a sua proveniência? Virá do latim, do grego, do árabe, ou até de uma outra língua?
Hoje, e porque estamos ainda em campanha eleitoral para as autárquicas, lembrei-me de trazer aqui uma palavra, que embora o povo que menciono ali em cima, nunca, por certo, tenha pensado nisso, tem uma relação directa com a política.
Nas cidades-estado da antiga Grécia, polis, quem governava ou detinha o poder eram os políticos. Em oposição a estes, estavam os que não tinham direitos (estrangeiros, escravos, mulheres) e os que por não terem vontade se alheavam da condução dos negócios da cidade, e ignoravam as decisões dos estrategos. Recebiam o nome de idiótes. Daqui, e através do latim idiota, nasceu o nosso idiota, que ainda na sua origem, por falta da tal informação política, ganhou o sentido de ignorante, sem instrução. A palavra surge na nossa língua, através do francês, em meados do séc. XIX, com o sentido de parvo, tolo. E aqui está como uma palavra que nos surge através da política, tem hoje um significado completamente diferente. E então quantos idiotas andarão por aí, enfronhados na política, a governar-nos?

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