Para acabar bem este Dia de Reis, nada melhor do que um excelente poema de José Luis Peixoto.
Um dia quando a ternura for a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços,
a tua pele será talvez demasiado bela
e a luz compreenderá a impossível compreensão do amor.
Um dia quando a chuva secar na memória,
quando o Inverno for tão distante,
quando o frio responder devagar com a voz arrastada de um velho,
estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da nossa janela,
sim, cantarão pássaros,
haverá flores,
mas nada disso será culpa minha,
porque eu acordarei nos teus braços e não direi nenhuma palavra,
nem o princípio de uma palavra,
para não estragar a perfeição da felicidade.
1 comentário:
José Luís Peixoto, é como sabe um valor da literatura portuguesa.
Nada como o ir homenageando
desta forma.
Abraço.
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