Hoje, porque acho que é bom começar o dia assim, trago aqui um poema de José Craveirinha, poeta moçambicano, já falecido. Poema escrito na prisão, na condição de preso político. Maltratado por Portugal. Maltratado em Moçambique pelos moçambicanos. Poema que nos fala e apela à coerência e à verticalidade.
Aforismo
Havia uma formiga
compartilhando comigo o isolamento
e comendo juntos.
Estávamos iguais
com duas diferenças:
Não era interrogada
e por descuido podiam pisá-la.
Mas aos dois intencionalmente
podiam pôr-nos de rastos
mas não podiam
ajoelhar-nos.
Tenham um bom começo de dia, a espreitar já o fim de semana
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