sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Fadices




Fotografia de Anaas


Sessão da Onda Poética de ontem, em Espinho, em que a parte temática foi preenchida por poesia de João Habitualmente. Depois desta, como é usual, acontece o momento dos espontâneos, no qual cada um dos presentes, tertulianos ou não, pode ler o que entender. O momento do Carantonha-Mor foi preenchido com a leitura de um texto deliciosamente absurdo, de Mário Henrique-Leiria.

A BOA FADA, A MENINA DOS CABELOS LOUROS E O SAPINHO ENCANTADO

A menina dos cabelos louros, estava toda contente a brincar no jardim, quando lhe apareceu um sapo aos pulinhos, muito engraçadinho.
- Já sei quem és, disse logo a menina, satisfeitíssima com o acontecimento.
- És o príncipe encantado que vem para casar comigo. Quem me dera ter agora aqui uma boa fada que te desencantasse…
Ouviu-se um estoiro e a Boa Fada apareceu logo, a sacudir-se da poeira da nuvem que a trouxera (era uma nuvem da Siderurgia, é evidente). Virando-se para a Menina que estava embasbacada – o caso não era para menos – pronunciou-se:
- Menina dos Cabelos Louros, vou fazer a tua vontade. Vou desencantar já, este sapinho tão engraçado. Tirou o pau da manga, disse “gorumzungoro”, e deu uma bordoada certeira na cabeça do bichinho.
O sapinho fez “oin” e caiu logo para o lado, que é o que acontece aos sapos que levam uma cacetada em cheio. Morto.
A Boa Fada desapareceu imediatamente, que é também o que acontece sempre às Boas Fadas que por aí andam às baldas, a fazer coisas.
Nada disso impediu o Menina dos Cabelos Louros, de casar, anos mais tarde, com o “Gutierrez” de “Máquinas & Ferramentas, SARL”.
E tiveram cinco sapinhos muito bonitinhos, todos de cabelos louros, vejam lá!

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