O seu maior desejo era viver em paz consigo mesma e com os outros. Adorava o silêncio. O ruído, qualquer ruído, por mais leve que fosse, mesmo o bulício próprio da casa, a incomodavam. Começou a sentir que era um estorvo para os que a rodeavam, embora lhe fizéssemos sentir o contrário. Veio o cansaço e com ele o desejo de partir. Como ela dizia, partir para um sítio onde havia muita luz e nenhum ruído, mas que só ela sabia onde era. Sabíamos que num tempo mais ou menos próximo iríamos vê-la partir e ficar só com a sua ausência. E um dia, um tanto inesperadamente, mais cedo do que desejávamos, partiu. Hoje sabemos que chegou e onde está. Sabemos também, que finalmente está em paz consigo e com os outros. Costumamos comunicar com ela através das nossas recordações e das memórias que temos dela. E, querida Bela Maria, porque hoje faz seis meses que partiste, para mitigar a saudade que temos de ti, trago-te uma fotografia de uma peça de teatro que passou na RTP, no já longínquo dia 13 de Janeiro de 1961, em que contracenavas com o actor João Guedes.
Obrigado pelo tempo que estiveste connosco.
Sem comentários:
Enviar um comentário