Já aqui escrevi sobre ele. Já disse aqui que não aprecio particularmente as suas crónicas, embora esteja de acordo com algumas delas. Já aqui, pelo seu estilo, lhe chamei "guru" do jornalismo. Refiro-me a Mário Crespo, de cujas crónicas publicadas no JN, recebi (e por certo vou continuar a receber) muitíssimos mails. E esta que está a suscitar tanta celeuma, e as opiniões mais diversas, merece também a minha atenção. Sabemos que o seu "ódio de estimação" é o PM (particularmente) e o Governo, como, de resto, o é de muita gente, que agora aproveitou para aplaudir delirantemente a dita crónica. O jornalista quando aceitou escrever para o JN soube qual o estatuto editorial do jornal e as condições em que o faria. Mas aceitou. Eu pergunto-me:-então um bom jornalista, comete o erro deontológico de escrever sobre pessoas que detesta, baseando-se num mail em que "se diz que alguém ouviu dizer"? E o contraditório? Ele próprio diz na crónica que "Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta" Mas ele não dá o exemplo.
Vamos lá ver então se há censura ou manipulação.
Censura, quando foi ele mesmo que retirou a crónica depois de lhe ser comunicado que o escrito consubstanciava mais uma notícia (relatava factos) do que uma opinião? Eu questiono-me, porquê esta, e porquê agora, quando crónicas anteriores foram mais violentas e não foram retiradas? Eu li-as todas no JN, portanto, como diria o outro, sei do que falo.
Manipulação é ele mesmo que a practica. De facto, deixa logo de entrada a dúvida, quando refere que os ministros e um executivo de uma estação de tv se "encontraram". Marcaram encontro ou este foi ocasional? Ai esta semântica!
Manipula quando não diz quem é o executivo, que por acaso era o seu chefe de programas na estação em que trabalha, que estava ali na companhia de uma colaboradora. Seria para não perder o emprego?
Alguém acredita que tendo-se encontrado à saída do restaurante (como uns dizem) ou enquanto se serviam (como dizem outros), e logo nesta situaçõe particular, não tivessem reparado que alguém os escutava? Está bem, está!
Alguém acredita que estando num lugar público (e pelos vistos mal frequentado) falassem num tom perfeitamente audível, sobre um assunto que desejariam manter só entre eles? Tá bem, tá, melga!
E quem será a tal senhora culta que lhe enviou o mail? Um dia vai saber-se.
O fim a atingir com esta história muito mal contada, adivinha-se. E eu já perdi muito tempo com ela. E perder tempo com ruins defuntos é mau. A crónica é um nojo.´Premonitório ou intencional o seu título é "O fim da linha". Só espero não a ouvir de viva voz, na voz incrivelmente pastosa e sonolenta do seu autor.
Desculpem lá carantonhas, mas eu tinha que escrever isto.
2 comentários:
Bravo, Carantonha Mor.
Não diria melhor...
E eu até tinha o homem em boa conta. Gosto da maneira que transmite a informação.
O problema dele, pelos vistos está na desinformação.
Foi realmente triste. Como li, num sítio qualquer, um erro de estagiário. Usar um artigo de opinião para falar de si próprio, para se martirizar daquela maneira, é triste e ridiculo para um homem, quanto mais para um jornalista, dito competente e responsável.
Muito sinceramente. Até não duvido da conversa. O Sócrates, tem esse estilo. Infelizmente. Custa-me a acreditar que o fizesse assim, num restaurante com mais pessoas a ouvir, mas... que é menino para pensar e o dizer... baixinho. Já me convenci, que é.
O que o Mário Crespo não podia era, conforme o Carantonha Mor diz, não cumprir as regras do jornalismo. Ou se é, ou não. E eu acho que ele acha que é.
O EGO das pessoas às vezes é assim. Somos tão importantes que achamos que um governo se preocupa connosco.
Mas, e para terminar. Tenho realmente pena, que um primeiro ministro que tinha TUDO, para ser o GRANDE primeiro ministro desta geração, tenha realmente alguma dificuldade em lidar com o contraditório.
Enfim. Este País, perdeu mais uma oportunidade.
Duas desilusões.
O Mário Crespo e o Sócrates.
Abraço aos dois. Porque no fundo acredito sinceramente que os dois acham, que têm razão.
Abraço.
Pedro.
Também não duvido que a conversa tivesse existido. Mas não acredito que o Sócrates seja tão burro que se tivesse deixado apanhar tão infantilmente
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