Miguel Torga é o poeta que nos deixa hoje um dos seus poema natalícios (deixou vários sobre o tema, nos seus Diários).
NATAL
Ninguém o viu nascer.
Mas todos acreditam
Que nasceu.
É um menino e é Deus.
Na Páscoa vai morrer, já homem,
Porque entretanto cresceu
E recebeu
A missão singular
De carregar a cruz da nossa redenção.
Agora, nos cueiros da imaginação,
Sorri apenas
A quem vem,
Enquanto a Mãe,
Também imaginada,
Com ele ao colo,
Se enternece
E enternece
Os corações,
Cumplice do milagre, que acontece
Todos os anos e em todas nações.
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