terça-feira, 18 de novembro de 2008

As Avós

Vamos lá ver se nos entendemos. Calma, carantonhas, eu explico.O que se segue ainda não dá para que eu exerça o meu direito à indignação, mas... Passo a explicar. Anda aí pela net, em sitios e blogs, mais nestes do que naqueles, um texto sobre as Avós, com a informação de que foi publicado no Jornal do Cartaxo e escrito por uma menina de 8 anos. Já o vi também como tendo sido escrito por um menino de 9 anos. Nada mais falso. Espantem-se ou acreditem se quiserem, quem começou a divulgar esse texto em sessões de poesia, fui eu, o Carantonha-Mor. Pois é. Continuo a explicar. Quem me deu a conhecer esse texto foi o meu amigo poeta (infelizmente, para ele, bancário no activo) Nelson Ferraz, que o encontrou publicado no Almanaque de Santo António de 1995 (pág. 249, referente ao mês de Outubro), que mo ofereceu. Desde essa data, passei a divulgá-lo, como já disse. Explicando melhor: esse texto sobre as avós, tem origem numa publicação chamada Enfants de Partout, e foi elaborado por crianças de 8 anos, de Genebra. Como é que ele aparece na net?. Nas minhas sessões de poesia, havia sempre alguém que achava o texto interessante e mo pedia (por isso eu levava sempre comigo vários exemplares). E assim o texto foi dado a conhecer a muitas pessoas dos mais variados locais... Pormenor interessante: o texto foi muito utilizado pela senhora de Penafiel (já falecida) que começou com a campanha para instituir o Dia dos Avós (e conseguiu). Tudo explicado? Quase... Um pormenor: se, num motor de busca procurarem as Avós, o texto aparece como sendo da criança de 8 anos, do Cartaxo, ou sem menção de autoria. Se procurarem por Enfants de Partout, o texto aparece com a menção de autoria, que constava dos impressos que eu dispensava. Espero que tenha por uma vez ficado esclarecido o assunto.
NOTA: Enfants de Partout é uma revista que se publica em Paris, quatro vezes por ano, e é um orgão do BICE-Bureau International Catholique de l'Enfance, que se dedica à divulgação e protecção dos direitos da criança.

E agora o texto:

AS AVÓS

Uma avó é uma mulher que não tem filhos; por isso gosta dos filhos dos outros.
As avós não têm nada que fazer é só estarem ali.
Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as folhas bonitas nem as lagartas.
Nunca dizem: despacha-te. Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem atar-nos os sapatos.
Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo, ou uma fatia maior.
Uma avó de verdade nunca bate numa criança; zanga-se, mas a rir.
As avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes.
Quando nos lêem histórias nunca saltam bocados e não se importam de contar a mesma história várias vezes. As avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo.
Não são tão fracas como elas dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós.
Toda a gente deve fazer o possível por ter uma avó, sobretudo se não tiver televisão.

1 comentário:

Anónimo disse...

O texto sobre as Avós é excelente, principalmente quando o ouço.
Felizmente já o ouvi várias vezes.
A origem do mesmo também já conhecia.
Sou uma espécie de previligiado.
Quanto à Net e seus defeitos, quando tudo passa a ser de todos...
"Não há bela sem senão."
O que realmente destaco aqui é a convicção, a determinação, a informação.
No fundo, o RIGOR, a VERDADE, A JUSTIÇA.
Algo que falta tanto neste Mundo.
Ainda há Homens...!

Pedro.