quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Quartas Mal-Ditas



Aqui, digo (leio) um poema de Ruy Belo, no passado dia 6, no Clube Literário do Porto, na habitual sessão mensal das Quartas Mal-Ditas, e cujo tema foi o Outono.

domingo, 17 de outubro de 2010

Sábado à tarde


Ainda a Onda Poética da quinta-feira passada, de que vos falei. No início da sessão, foi sugerido que cada um falasse da sua memória, recente ou antiga, do cinema. Contei-lhes que a minha memória do cinema é muito antiga, esvai-se já no tempo. pois comecei a ver cinema, na minha aldeia, por volta dos meus oito anos. Como nesse tempo só se podia ir ao cinema, salvo erro com doze anos, a minha mãe levava-me "debaixo da saia" (claro que é sentido figurado) e como eu já nasci grande, chegados à porta, o porteiro, embora desconfiado, lá me deixava entrar. Interessante também é a história quer tem como figurante o tio Silva, marido da tia-avó Maria. Naquele tempo, quantos anos já lá vão, os filmes eram anunciados através de um altifalante (ou altofalente, como queiram) com a ajuda de um 78 rotações.Lembrêmo-nos que estavamos na infância do sonoro. E o disco ia até ao fim. Dizia então o tio Silva, no seu total desconhecimento da coisa, «não sei como o homem aguenta cantar tantas horas seguidas, sem se cansar». E lembro-me que o primeiro filme que vi era um musical espanhol, Violetas Imperiais, com o tenor Luis Mariano.
Carantonhas, tenham um bom domingo, com cinema e se possível sem piupocas.

sábado, 16 de outubro de 2010

O chimpanzé no cinema

Dia 14, quinta-feira. Local do "crime":Junta de Freguesia de Espinho. Actividade "criminosa": início de mais uma temporada da Onda Poética."Vítimas": poemas sobre cinema. "Arguidos" (e possíveis criminosos): elementos do colectivo Onda Poética.
Reabriu, pois, a "caça" à poesia, que se realiza uma vez por mês, sempre na segunda quinta-feira, e sempre versando um tema. Desta vez, e muito a propósito, foi o cinema, já que em Espinho se realiza todos os anos um dos mais importantes (mesmo a nível mundial) festivais de cinema de animação. Habitualmente, depois da sessão tremática, há sempre o chamado "momento dos espontâneos", onde qualquer dos presentes (também os residentes da "Onda") pode participar, dizendo, ou lendo, o que lhe aprouver. Eu li um texto de Alberto Pimenta. Ei-lo (alguns dirão eizi-o):

A EVOCAÇÃO DO CHIMPANZÉ

comprei um bilhete e um cartucho de amendoins e entrei no cinema. tu compraste um bilhete e um cartucho de amendoins e entraste no no cinema. sentámo-nos na mesma fila, lado a lado. eu abri o meu cartucho de amendoins, tu abriste o teu cartucho de amendoins, com um ruído exactamente igual ao meu. voltei-me para ti e mostrei os dentes. tu voltaste-te para mim e mostraste os dentes. quando a luz apagou, tu pousaste o teu cartucho de amendoins no colo e eu pousei o meu cartucho de amendoins no colo. com a mão direita comecei a levantar-te a saia. para me facilitar a  tarefa, tu levantaste levemente as nádegas do assento. com esse gesto, caiu-te do colo o cartucho de amendoins. assim que os amendoins acabaram de se espalhar no chão, abaixei-me para tos apanhar, mas esqueci-me do meu cartucho de amendoins, o qual me caiu igualmente ao chão. gastei um tempo enorme a procurar e a recolher todos os amendoins. lembro-me de que passei o tempo quase todo até ao intervalo recolhendo amendoins. todo o tempo tu não deixaste de suspirar e de gemer, embora estivesse apenas a decorrer um documentário sobre o narciso e nenhum drama comovente. a voz do locutor lembro-me que dizia: «no começo da primavera, quando montes e vales acordam do longo sono de inverno, centenas e centenas de narcisos elevam as douradas cabeças em todas as frestas e abrigos do solo, e lançam seu olhar inocente pelos portentosos rochedos e pelas raízes nodosas da floresta.» isto, como certamente te lembras, foi antes do intervalo. depois, quantas vezes, oh quantas vezes não deixaste cair e eu não deixei cair os amendoins que nos restavam. e ora eu, ora tu, de cada vez descíamos a procurá-los, e a colhê-los com suaves, ternos guinchos. o filme, no dizer da crítica, era daqueles que se não podem perder.

E quem é que se pode gabar, caros carantonhas, de nunca lhe ter acontecido algo parecido?

domingo, 10 de outubro de 2010

Imagine-se


Se ontem estive impedido de estar com ele, hoje já nada me impede de o trazer aqui. Se aos quarenta anos não tivesse sido cobardemente assassinado, teria cumprido ontem setenta anos de vida. Aqui fica o meu obrigado pelas belas canções que nos deixou, e pelo seu empenhamento na luta pela paz. Pelo exemplo aqui plasmado, Imagine-(se)as canções que teria escrito, se fosse vivo.

domingo, 3 de outubro de 2010

As mulheres são assim...

Por vezes desconcertantes...
Dito cá em casa, ao ver na tv o líder da oposição a perorar: -"Este rapaz veste muito bem".
Ouvido no telejornal, à saída do concerto dos U2: -"A parte estética do concerto estava muito boa"

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dia Mundial da Música



Hoje é (ainda é) o Dia Mundial da Música. Aqui no Porto, estavam (e estão) anunciadas várias iniciativas. Por exemplo, a Metro do Porto anunciava para a estação de São Bento, a Orquestra Nacional do Porto Casa da Música, a interpretar fragmentos da 5ª Sinfonia de Beethoven. Eu estive lá,e o que é certo é que a orquestra não apareceu. Seria porque os fragmentos estavam tão fragmentados, que foi impossível juntá-los? Ou porque agora o nome da orquestra é tão comprido que demora bastante a chegar? Não sei responder. O que sei é que não ouvi a orquestra. Para compensar a minha frustração deliciem-se com o Prelúdio da Suite Holberg op.40, de Edvard Grieg.
Bom fim de semana.