terça-feira, 13 de abril de 2010

Literacia

A propósito de literacia (ou iliteracia), lembrei-me duma notícia de jornal de há uns anitos (poucos). Parece anedota, mas é autêntica e vem provar que nem só a ralé é iletrada (andam por aí tantos iletrados com canudo, à solta!!). Junto à Praça Velasquez havia (ou há, não sei) um departamento onde a juventude que tinha concluído o 12º ano, se ia inscrever para ingressar na universidade. Para isso, os jovens tinham que preencher uma ficha onde, entre outras informações, teria de constar o nome e a filiação. Pois não é que apareceu logo uma catrefada de filiados no FCP, no Benfica, no PSD ou no PCP entre outras filiações! Quando no departamento deram pela asneirada, resolveram afixar um espécime onde constava  na filiação, no lugar do pai, Manuel qualquer coisa e no da mãe, Maria também qualquer coisa. Pois, como eu costumo dizer, foi "pior a amêndoa que o cimento". Todos os candidatos passaram a ser filhos do Manel e da Maria.  Santa ignorância, ó São Pancrácio.
E nesta hora matinal apetece-me acabar com um poema de António Gedeão. Vamos a ele.

ESTATÍSTICA

Quando eu nasci havia em Portugal
(em Portugal continental
e nas ridentes,
verdes e calmas
ilhas adjacentes)
uns seis milhões e umas tantas mil almas.
Assim se lia
no meu livrinho de Corografia
de António Eusébio de Morais Soajos.
Hoje, graças aos progressos da Higiene e da Pedagogia,
já somos quase dez milhões de gajos.

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