terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Traições da linguística

A propósito do "Bacoradas" aí em baixo, lembrei-me que cá por casa andam uns papeis onde podem ler-se, não direi bacoradas, mas antes, para não ser tão crítico, algumas "gaffes" de jornalistas.Menos críticos ainda, e sendo complacentes, vamos considerá-los "traições da linguística". Então não há quem diga que a língua portuguesa é muito traiçoeira?
Dir-lhes-ei então, que compreendo e aceito alguns dos deslizes, que não sendo falta de conhecimento, são antes fruto da rapidez com que face ao acontecimento, este mesmo tem que ser descrito.
Aqui ficam então algumas dessas "gaffes". Não citarei nomes, mas sim orgãos de informação, alguns deles já extintos.
Jornal do Incrível:- A vítima foi estrangulada a golpes de facão.
O Independente:- Um surdo-mudo foi morto por um mal entendido.
SIC:- O acidente provocou forte comoção em toda a região, onde o veículo era bem conhecido.
Diário da Beira:- Ferido no joelho ele perdeu a cabeça.
Rádio Voz de Arganil:- Quatro hectares de trigo foram queimados. Em princípio trata-se de incêndio.
Diário da Universidade de Bragança:- A conferência sobre a prisão de ventre foi seguida de farto almoço. (Esta só mesmo de universitários brincalhões, presumo).
Mas nem só por cá estas coisas acontecem. Vejam só:
TV Globo:- O acidente foi no tristemente célebre rectângulo das Bermudas.
Ainda TV Globo:- O acidente fez o total de um morto e três desaparecidos. Teme-se que não haja vítimas.
Para acabar, a melhor (pelo menos para mim) é a daquela conhecida senhora da TVI: Os sete artistas compõem um trio de respeito.
Divirtam-se. Sorriam, pelo menos. Prometo voltar com outros deslizes linguísticos.