quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A gaivota e o gato

Hoje (ontem), quarta-feira, quase na fronteira temporal que separa o hoje do ontem, percorria a Rua das Flores em direcção ao Púcaros, nas arcadas de Miragaia. Mais ou menos a meio da rua, junto de um dos muitos ecopontos que por ali existem deparei com um quadro que em circunstâncias normais poderia considerar insólito. De facto, ver um gato (e como ele era bonito!) junto a uma gaivota (gorda, elegante) esperando que uma velhinha despejasse o lixo para poderem aproveitar algo comestível, noutros tempos seria impensável. Mas hoje, com as gaivotas, diria, socializadas, pela força das circunstâncias, isto é, por falta de alimento no mar ou no rio que passa próximo, não é de espantar. E ali fiquei um instante observando o afã da espera, ouvindo ainda da simpática velhinha um "coitadinha, ainda é atropelada, ainda no outro dia...". Segui depois o meu caminho e dei por mim a pensar num excelente livro que levei para férias com a intenção de o reler, o que não aconteceu. Mas vai acontecer. Falo do livro de Luis Sepúlveda "História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar". Leitura que recomendo vivamente aos meus amigos carantonhas pelo seu carácter pedagógico, pelas sua lição de vida, de amor e companheirismo. Verão que vão gostar da Ditosa, do Zorbas (0 nosso herói), do Colonello, do Barlavento (0 gato de mar), tanto como o meu gato Nico gostou.

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