sábado, 14 de maio de 2011

Tributo a Mário Quintana


Caros carantonhas, hoje vou falar-vos de Mário Quintana um dos grandes poetas brasileiros, falecido em 5 de Maio de 1994. Quintana foi o tal que disse que “escrever versos é fácil, escrever poesia é que é difícil”. Foi durante toda a vida jornalista, e também tradutor e essencialmente poeta. Esta é aliás a sua faceta mais conhecida. Foi considerado o poeta das coisas simples, com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica. Nunca casou, não teve filhos e viveu sempre em hotéis. Os seus poemas eram geralmente curtos e concisos
 OS POEMAS
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...


Cultor, como se disse, da ironia, algumas pequenas frases em forma de poemas
“O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede. Conheço um que já devorou três gerações da minha família”

“A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda”

(O Trágico Dilema)
“Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos é burro"

E finalmente, a mais irónica verdade:
“A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos”


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