sexta-feira, 8 de maio de 2009

"O Estado sou eu"

Luís XIV de França – o Rei Sol – costumava dizer, para afirmar o seu poder, “O Estado sou eu”. Cá pelo burgo, o sr. RR, presidente da Câmara do Porto, julga-se também dono da nossa cidade. Explico: vimos na tv, lemos nos jornais, que RR não gostou de ser levado a tribunal por causa da não atribuição de um subsídio ao Teatro Art’Imagem, para a realização de um festival, subsídio que já havia sido prometido pelo vereador da Cultura. Declaro já que não gosto da governação de RR, embora esteja de acordo com algumas das suas decisões, como no caso do Rivoli e da subsídio-dependência. Na revista "Porto sempre", órgão de propaganda da CMP, volta-se ao assunto, ainda que escamoteando alguns detalhes. E mais uma vez RR se vitimiza. Refere sempre que é ele que está a ser julgado. Mentira, é a CMP, ele é tão só o seu representante. Embora, pelos elementos que conheço, que diga-se são praticamente os publicados, julgue saber quem tem razão no diferendo, não é isso que no fundo me interessa. O que para aqui interessa é que RR, julga-se, como político, acima da lei. Entende ele que uma decisão política não deve ser julgada nos tribunais. Homessa, digo eu! Então os políticos, que obviamente tomam decisões políticas, se tomarem decisões que prejudiquem os cidadãos, devem ficar impunes?, pergunto eu. Era aqui que queria chegar, à opinião vesga e manipuladora de RR, que acusa de má fé o Teatro Art’Imagem. Isto porque assinou o protocolo – que recebeu passados dois meses de o festival se ter realizado – mas ressalvando a sua não concordância com a cláusula que não lhe permitia criticar as decisões da CMP. Foi, no fundo, esta não concordância que motivou a não concessão do subsídio. Perguntou eu, na minha ignorância, então quem é que está de má fé? Não é a CMP, ao impor condições restritivas ao outro interessado, quando este se propõe apresentar actividades culturais que deveriam ser (são, direi eu) da sua responsabilidade? Pergunto a RR, se não foi por esta decisão que o meu colega e adversário das lides basquetebolísticas, o vereador da Cultura, Dr. Fernando de Almeida, se demitiu.
Nós sabemos a resposta. Só me resta dizer: que São Pancrácio valha à nossa cidade. Tenho dito.

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